Mulher que matou o marido e colocou em freezer volta a ser presa
Cláudia Tavares havia sido solta em 2023 após cumprir medidas cautelares por quase dois anos; defesa alega que ela reconstruiu a vida e que...

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, na última sexta-feira (30), o restabelecimento da prisão preventiva de Cláudia Fernanda Tavares Hoeckler, de 40 anos, acusada de assassinar e ocultar o corpo do marido em novembro de 2022, na comunidade de São Brás, interior de Lacerdópolis, no Meio-Oeste catarinense. O caso ganhou grande repercussão no estado.
Cláudia foi presa na época após confessar o crime. Segundo a investigação da Polícia Civil, ela dopou o companheiro Valdemir Hoeckler com comprimidos e, com ele desacordado, o asfixiou utilizando uma sacola plástica e uma câmara de pneu. Após o homicídio, ela escondeu o corpo dentro de um freezer da própria residência, em um processo que teria levado cerca de duas horas. O corpo foi encontrado no dia 19 de novembro, após o homem ser dado como desaparecido desde o dia 14.
Cláudia afirmou em depoimento que agiu sozinha. Ela e Valdemir foram casados por 22 anos e tinham uma filha em comum. A vítima também tinha outros três filhos de um relacionamento anterior.
Solta desde 2023, agora terá que voltar ao cárcere
Cláudia estava em liberdade desde agosto de 2023, por decisão judicial que impôs uma série de medidas cautelares. Segundo seus advogados, durante quase dois anos ela compareceu regularmente ao Fórum, utilizou tornozeleira eletrônica, trabalhou em três turnos e reconstruiu sua vida ao lado da filha, sem descumprir nenhuma ordem judicial.
Mesmo com esse histórico, o STJ atendeu aos recursos do Ministério Público e determinou o retorno de Cláudia à prisão. A defesa afirma que a medida é desproporcional e desnecessária neste estágio do processo. “A realidade fática mudou substancialmente desde a decretação da prisão em 2022”, afirmou o advogado Matheus Molin.
A defesa destaca ainda que Cláudia teria sido vítima de diversos tipos de violência doméstica durante os 22 anos de relacionamento com Valdemir, incluindo agressões físicas, psicológicas, morais e financeiras.
Novo recurso será protocolado
Os advogados informaram que vão recorrer da decisão do STJ e acreditam que Cláudia poderá voltar a responder ao processo em liberdade. “A eficácia demonstrada das medidas cautelares torna desproporcional e desnecessário o retorno ao cárcere”, reforça a nota da defesa, que se colocou à disposição da imprensa para esclarecimentos jurídicos sobre o caso.
O caso segue em andamento na Justiça catarinense.
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